quinta-feira, 21 de junho de 2007

Tardes de estudo I

A minha vida tem banda sonora. De auscultadores postos imagino-me em mil e um sítios: numa cena romântica dentro de um autocarro cheio de estranhos, num filme de acção enquanto atravesso a rua, num momento de reflexão quando arrumo o quarto, numa viagem no caminho de metro, em Barcelona pelas ruas de Lisboa, no meio de uma pista de dança sentada nas twin towers a estudar, no passado ou no futuro no presente.

A minha capacidade de identificação com qualquer música é inimaginável. Consigo sempre encontrar aquela frase, aquela palavra, aquele acorde, aquele som. "Quem sabe ainda sou uma garotinha" a ouvir La Valse d'Amelie, enquanto os Da Weasel me perguntam se ainda me lembro, "sabes que sim". Not An Addict em Dialectos Da Ternura que me deixam Head Over Feet e com um Hole In My Soul enquanto prometo que "I don't care, no, I wouldn't dare to fix the twist in you". Uma Grace Kelly que "she don't think straight, she got such a dirty mind and it never ever stops" numa "situation number one" em que "só a lua sabe quem eu sou". "I'm as happy as can be" como uma menina á janela "fitting you with weapons in the form of words" em Violent Pornography, porque "beauty lies inside the eye of another youthful dream". "Say 'Goodnight' and go" e "vem rastejar que te faz bem" pois "em mim tudo é maior, hoje o desejo, amanhã nasce o ódio" e "there were times in my life when I was going insane" pensando que The World Is Mine. E eu estou só Sitting, Waiting, Wishing por um Amor d'Água Fresca que me faça perguntar Where is My Mind. E eu só quero uma Life Less Frightening porque "a tacanhez, essa há-de ser eterna" e "frames can't catch you when you're moving like that". Just A Thought.

Mas não é por isso que me passam despercebidas as cenas da vida real. Os casais de velhinhos de mãos dadas, as crianças a rir, ou aquela frase tão pequena mas que diz tanto de um amigo para o outro e que foi a causa de todo este texto: "Cabeça para cima" enquanto lhe levantava o queixo. Pode ter sido só uma frase como outra qualquer, pode não ter o significado oculto que lhe senti, mas foi a frase perfeita para se ouvir entre duas músicas.

sábado, 16 de junho de 2007

15-Junho-2007: Um dia inesquecível.

Começou no dia anterior com um café no Residence depois de um "jantar a dois" na Pizza-Hut. A mim e ao Zé juntou-se a Carolina, e os dois prometeram cantar os parabéns quando as luzes apagassem, á meia-noite. Mas as luzes apagaram e eles não cantaram, só muito timidamente, quase não se ouvia.... Ainda assim, estava dado o mote para um grande dia! Começam a chegar as mensagens, os telefonemas.

Acordo para fazer bolo de bolacha. Á hora do almoço chega a Teresa, que já é da casa, e, com todo o á-vontade que a caracteriza, põe a mesa, abre o frigorífico, serve-nos o almoço, enquanto acabo a última camada do bolo. E nem foi preciso pedir.
O objectivo era irmos fazer coisas que eu nunca tivesse feito antes, mas as ideias não saiam. Ir a uma sex-shop? Já fui. Fumar uma ganza? Já fumei. Apadrinhar um animal no jardim zoológico? Por fazer! Estar em dois sítios ao mesmo tempo? Por fazer! Está feito o plano.


Saimos de casa, eu, a Teresa e a minha irmã e dirigimo-nos ao Jardim Zoológico, para eu apadrinhar um Koala de nome Moonan (a que já chamei Malu, Kalooma, Sebastião).













Pequena paragem na Amazónia.






No caminho de volta ao carro passamos por um carro que "só" estava com uma porta escancarada. As imaginações começam a trabalhar, a ver indícios suspeitos em todo o lado: o carro q está novo, os riscos no porta-luvas, o banco do conductor todo para a frente, o banco do acompanhante todo para trás, o homem com ar de nerd ali a passear-se. Chamo o 112 (uma estreia para mim também) e "só" esperamos 25 min pela polícia, que chega precisamente quando cantamos "A bófia não manda aqui, a bófia não manda aqui!!!!". Vamos para o carro, satisfeitas com as duas boas acções praticadas, confiantes no nosso karma, e seguimos para as Portas de Benfica que separam a Amadora e Lisboa. Enquanto a minha irmã tirava a foto, eu e a Teresa ficávamos no meio da passadeira que fica entre as portas, a parar o trânsito, estando em Lisboa e na Amadora ao mesmo tempo.
Vamos a correr para o supermercado, fazemos as últimas compras para a festa e seguimos para casa. As tarefas são dividias: eu faço a tarte, o arroz, os bifes, a Teresa faz a sangria, a massa, a mana faz a salada de fruta e a salada. Os doces e o patê já eu tinha feito. A Carolina, o Zé, a Sara e a Flores, que entretanto chegaram, ficaram encarregues de encher os balões e fazer a decoração, a Mary de fazer a selecção da música a tocar. Nem tenho tempo de mudar de roupa e arranjar-me, limito-me a mudar de top e a pôr a coroa que a minha irmã tinha comprado, "És a rainha da noiteeeee".

As visitas começam a chegar, poucas mas boas. A comida foi elogiada por todos, a sangria estava óptima, pessoas que não se viam há imenso tempo reencontraram-se, toda a gente se divertiu e eu ADOREI a noite, que acabou no Lux, embora eu não me lembre muito bem..... (consequências da sangria e dos shots de espumante que me obrigaram a beber).












Obrigada ISPIANAS!!! Adorei ter-vos comigo nesta noite! E ADOREI as prendinhas cheirosas!






















Obrigada á melhor mana do mundo, pela ajuda, pela paciência, por seres tão fofinha e apetitosa! ADORO-TE! E és uma vaca porque acabaste de me rebentar um balão nas costas para me assustar!!




E obrigada a todos os que vieram, adorei o meu dia, a minha festa e ADORO-VOS a todos!



Desejo-vos um GRANDE ano!

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Santos Populares










Ás vezes a beleza não é limpa, arrumada, chique. Ás vezes a beleza (para mim, quase sempre) é confusa, imperfeita, imprevisível, louca. Assim são os Santos, a noite de 12 para 13 de Junho em que Lisboa sai á rua na sua melhor forma e baila ao som da sua música pelos seus bairros mais típicos. Aquela noite em que se passeia por zonas da cidade que parecem tão inatingiveis em todas as outras noites, que parecem sempre tão despidas da vida de Lisboa moderna e se enchem de alegria e vida e gente. É quando se dança sem vergonha ao som de Quim Barreiros enquanto se come uma sardinha com as mãos. É a noite que todos os lisboetas esperam durante todo o ano, porque é uma noite sem igual, em que nos permitimos ser povinho, em que temos orgulho de ser povinho.
Encontramo-nos em São Sebastião, preparados para andar o resto da noite. Descer a Av. da Liberdade enquanto desfilam as marchas, embora nunca as tenha visto, e começar a subir a colina, para sentar nas escadinhas duma Igreja a comer caldo verde, sardinhas e chouriço. Tirar a foto dos Santos que, por o meu blog não ter bolinha vermelha ao canto, não posso pôr aqui, e começar a sentir a noite popular. Subir para a Graça, sentar junto ao miradouro e partilhar novidades, que levam sempre (não sei porquê!!!!!) a que toda a gente se parta a rir!
Já temos a música da noite: "A gente vai jantar depois da uma, depois da uma, depois da uma", que nos parece inocente demais para o artista, até nos explicarem que o "da" leva acento...O belo do trocadilho, a lingua portuguesa e os seus esconderijos.
Começar uma moda (faz de conta): "CAROLINA, VAI TER Á SÉ!!!", e depois outra "work, work, work, war, war, war, war, woooooork, waaaaaaar". E ter aquela chatice da noite, aquele vestigio que nos dá razão, que fortalece as nossas certezas. A má decisão de passar para a colina do Bairro Alto que levou a Flores a levar porrada psicológica e a Diana a levar um soco no olho. Ir para o Adamastor só para voltar para trás, encontro no Camões com festa brasileira á mistura e um bocadinho de cenas hardcore. E mesmo assim, foi a melhor noite de Santos de sempre.
Para o ano há mais!

domingo, 10 de junho de 2007

Tróia










Sim, eram 4:13 da manhã quando tirámos esta foto.




Não há nada como ir ao último dia de aulas do ano sabendo que daí seguimos para quase uma semana de Praia, Piscina, Sol e.....estudo. Não podia ter havido melhor preparação para o início das frequências e exames!!!!